sábado, 3 de julho de 2010

Mas você se acostuma tanto a ver todo mundo guardando o seu pra si, que começa a fazer igual. Mas de vez em quando aparece uma ovelhinha, sabe, uma ovelhinha que não consegue dissimular que dói, que não consegue entender por que ela tem de ser má igual a todo mundo. E essa aí, esse aí que seja, não tem costelas que protejam o coração, então ele cobre com lã e cota de malha, uma defesa externa que não permite ver o brilho do próprio peito. E pra esses, meu amigo, o amor é um labirinto: milhares de pistas e nenhum céu. Eles não conseguem ler, nem conseguem confiar, e plantam armadilhas. E pra amar gente assim, brother, precisa voar por sobre tudo. Sobre tudo mesmo.
Quando Pedro voltou, estava anoitecendo. E foi como se todas as luzes da casa se acendessem ao mesmo tempo. [...] Os dias se interrompiam quando ele ia embora. Recomeçavam apenas no mesmo segundo em que tornava a chegar[...] Não sei quanto tempo durou. Só comecei a contar os dias a partir daquele dia em que ele não veio mais. Desde esse dia, perdi meu nome. Perdi o jeito de ser que tivera antes de Pedro, não encontrei outro. Eu queria que voltasse, não conseguia viver outra vez uma vida assim sem Pedro. [...] Parei de ser e de fazer qualquer outra coisa além de esperar que ele voltasse. Mas Pedro não voltou, eu não voltei. As luzes da casa nunca mais tornaram a acender com sua chegada.

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E digo no meu inglês péssimo que se a realidade nos alimenta com lixo, a mente pode nos alimentar com flores.